domingo, 16 de agosto de 2009

Um pedacinho do Japão

Apesar de conservar a tradição japonesa através do idioma, de danças típicas e do taikô, Mombuca em nada se aparece com o Japão caótico que conhecemos. Em meio à natureza, a colônia agrícola foge da agitada vida urbana


Quarenta quilômetros. É aproximadamente essa a distância que separa Ribeirão Preto de um pedacinho do Japão bem perto daqui, em Guatapará. Logo na entrada de Mombuca, uma caixa d’água acolhe os visitantes com a mensagem “Seja bem-vindo à Colônia Guatapará”. Mas somente com a ajuda da senhora Akemi Kuramochi Sato, funcionária da Associação Agro Cultural e Esportiva de Guatapará, é que foi possível entender o que estava escrito em japonês.
No Brasil, a imigração japonesa começou em 18 de junho de 1908, há 100 anos, quando o navio Kasato Maru aportou com 158 famílias na cidade de Santos. Elas vinham para o Brasil em busca de melhores condições de vida. Em 29 de junho do mesmo ano, 52 dessas famílias desceram na estação ferroviária de Ribeirão Preto. Acompanhadas por tradutores, foram encaminhadas para fazendas de toda a região, onde trabalhariam nas lavouras de café.
No entanto, Mombuca só começou a existir em 1962, 54 anos depois que os primeiros imigrantes japoneses chegaram ao Brasil. “No início, viviam aqui mais de 130 famílias. Hoje são apenas 105”, conta Kizuki Nitta, vice-presidente da associação, cuja família veio do Japão quando ele tinha apenas 12 anos, em 1963. No mesmo navio estavam mais cinco famílias japonesas que também foram morar na colônia.
Mombuca é uma colônia agrícola e, hoje, constitui um dos bairros de Guatapará. Nitta conta que a área foi comprada pelo governo japonês por ser uma região entre rios e com muitos brejos, condições ideais para o plantio de arroz e da flor de lótus, cuja raiz é bastante utilizada na culinária japonesa. “As famílias que tinham interesse em vir para cá escolhiam, através de fotos, os lotes de Mombuca que mais lhes interessavam e faziam a compra das terras ainda no Japão. Só então vinham cá”, explica.

Uma vida nada urbana

Em meio a toda urbanização de Araraquara e Ribeirão Preto, cidades que ficam próximas a Mombuca, a colônia ainda conserva um estilo de vida que em nada lembra os grandes centros urbanos. Ruas de terra, pequenos mercados, população conversando distraidamente nas ruas. Mombuca é um pedacinho do Japão que não comporta as grandes empresas e novas tecnologias, mas que abriga um povo simples e preocupado em manter as tradições japonesas, que são passadas de geração para geração através da culinária, origami, danças típicas, taikô e aulas de japonês.
No entanto, apesar de ser um lugar bastante calmo, Mombuca também sofre com problemas urbanos. Nitta conta que o bairro vinha sofrendo assaltos e, por intermédio da associação, um vigilante noturno foi contratado e seu salário é pago por todos os moradores.
Francisco Shoiti Mogui nasceu e mora em Mombuca e é proprietário de um pequeno mercado. Seu pai é japonês e a mãe é nissei – filha de japoneses – que morava em Sertãozinho. Eles casaram e foram para a colônia. Ele diz que um dos pontos positivos dali é a possibilidade de conhecer quase todos os moradores locais. “Mas é uma desvantagem para quem tem comércio, assim como eu. É muito chato ter que cobrar quem a gente conhece”. Mogui também conta que apenas um terço dos habitantes de Mombuca são japoneses – bem diferente de quartro décadas atrás, quando todos tinham vindo do Japão. “Muitas famílias brasileiras vieram morar aqui por conta da proximidade de seus locais de trabalho”.
As festividades da colônia também são organizadas pela associação. Pergunto para Nitta se as novas modas japonesas chegaram por lá, como cozplay, atividade em que pessoas se caracterizam e interpretam personagens de animes (animações japonesas) e mangás (quadrinhos japoneses). Ele me diz que um grupo de cozplayers de São Carlos é convidado para fazer apresentações durante as festividades, mas a colônia não tem nenhum grupo assim. Nitta também explica que Mombuca tem uma escola do pré-primário ao quinto ano. Então os jovens precisam ir para outras cidades para concluírem seus estudos e acabam tendo contato com tecnologias que não são comumente encontradas em Mombuca, como aparelhos MP3 e MP4.
Muitos moradores de Mombuca têm, em suas casas, computador e acesso à internet, que pode ser via rádio ou discada. Quando pergunto sobre TV a cabo, Nita se levanta da mesa da sala de reunião da associação e liga a TV. Com um sorriso no rosto, ele mostra um programa transmitido diretamente do Japão e conta que, na colônia, eles não têm TV a cabo, mas sim via satélite. “As pessoas gostam de assistir esses programas porque ficam sempre em contato com a cultura japonesa”.

De geração para geração

Como forma de preservar a cultura, Mombuca oferece aulas de japonês. No entanto, não são apenas os jovens que preservam essa cultura. Os idosos participam de jogos de gateball, que acontecem três vezes por semana. O jogo surgiu no Japão, em 1947, e foi criado por Eiji Suzuki com o intuito de propiciar às crianças uma brincadeira divertida que pudesse amenizar a angústia causada pela Segunda Guerra Mundial (1939-45). Em 1979 o gateball foi trazido ao Brasil por Matsumi Kuroki. Com o tempo, porém, o jogo se tornou um passatempo para os idosos.
Entre as crianças de Mombuca, uma das principais maneiras de se preservar a cultura é através das aulas de japonês, com alunos que têm entre 5 e 16 anos. Nas manhãs de sábado, antes do início de uma dessas aulas, alunos e professores participam de uma espécie de alongamento ao som de música e instruções japonesas.
Dílson Hiroyuki Saeki nasceu no Paraná, mas mudou-se com os pais para Mombuca há 38 anos e, desde 1991, ministra aulas de japonês na colônia. Assim como os outros professores, Dílson, no dia-a-dia, tem outra ocupação. Durante a semana, ele trabalha com shiatsu e yoga, terapias japonesas. E, nos finais de semana, passa a ser um dos professores da colônia. Ele explica que, no início, são os pais que impõem o aprendizado do idioma. “Quando chegam aos 14, 15 anos, eles começam a entender a importância da língua. Eles podem colocar o aprendizado no currículo. Vai ser uma coisa a mais no futuro”.
Além das aulas de japonês, os jovens também procuram as aulas de taikô – instrumento de percussão parecido com tambor. Afonso Takayoshi Hayashi, de 15 anos, e Massam Shitara, de 14, estudam a língua na mesma turma em Mombuca. Massam mora com a família e Afonso cursa o ensino médio em uma escola – ambos em Ribeirão. Eles têm aulas de japonês nas sextas e sábados em Mombuca e, aos domingos, têm aulas de taikô. São tantas as atividades que Afonso diz não ter nem tempo para sair com os amigos, mas acaba encontrando parte deles durante as aulas de finais de semana. Os dois amigos gostam de Mombuca, mas não pensam em morar na colônia depois que estiverem formados. “Gosto de algumas coisas aqui, mas de outras não. O ar é melhor que o de Ribeirão e tem a natureza, mas é tudo muito precário”, explica Afonso. Já Massam tem vontade de morar no Japão, mas são planos para o futuro.
As amigas Arissa Kondo, de 13 anos, e Toshiko Otsu, de 12, também estudam japonês e taikô. Arissa conta que sente dificuldade em aprender o japonês e que, na sua casa, a família toda fala português. Toshiko é exceção. Ela diz que não gosta das aulas, mas participa porque os pais querem que ela aprenda o idioma. No entanto, não enfrenta muitas dificuldades durante o aprendizado porque o japonês é um idioma que faz parte do seu dia-a-dia. “Ela conversa em japonês com os avós e aprende rápido”, diz Arissa. Então pergunto sobre os moradores mais velhos de Mombuca e ambas dizem que a maioria conversa no idioma de sua terra natal e sabem apenas o básico, como “bom dia” e “obrigado”. Assim como Afonso e Massam, as amigas também enfrentam dificuldades na hora de sair pra ficar com os amigos. A solução encontrada é um site de relacionamentos, em que deixam recados para os amigos, e um programa de mensagens instantâneas, através do qual podem conversar quando quiserem com colegas que estão em outra cidade. Arissa e Toshiko ainda têm dúvidas sobre qual curso fazer na faculdade e sobre sair de Mombuca. “Gosto daqui. É bem calmo”, afirma Arissa.
Os jovens têm dúvidas quanto ao futuro e à possibilidade de morar em outro lugar. Já os mais velhos têm opinião unânime. Akemi chegou a Mombuca aos 5 anos, em 1963, acompanhada dos pais. Ela fala que trabalhou na associação muitos anos, mas, quando casou, foi morar em Ribeirão Preto. Depois de 4 anos, voltou para a colônia e para a associação e diz que não sairá outra vez de Mombuca para morar em outro lugar. Mogui conta que passou no vestibular de uma universidade de Ribeirão Preto em 1989, mas, antes de fazer sua matrícula, foi para o Japão, onde morou, trabalhou e voltou para o Brasil. Depois disso, morou no Japão mais 3 vezes, mas não sai de Mombuca desde 2002. Também perguntei se ele sairia da colônia para morar, novamente, em outro lugar. Ele me responde sem hesitar: “Não. Já conheci outros lugares, mas a gente sempre volta para a terra natal. Meu lugar é aqui”.
Matéria publicada na revista Vida Urbana, projeto laboratorial dos alunos do curso de Jornalismo da Unaerp - Dez/2008

quinta-feira, 10 de julho de 2008

CLIENTE
CERVEJARIA COLORADO

CONCEITO DA CAMPANHA
APRESENTAR, DE FORMA IRREVERENTE, AS CERVEJAS COLORADO. BUSCAR ELEMENTOS HISTÓRICOS NAS RECEITAS E TRANSFORMÁ-LOS EM IMAGENS PARA AS PEÇAS.

PEÇAS
ANÚNCIO DE REVISTA – PÁGINA INTEIRA

- PRODUTO 1
CERVEJA COLORADO INDICA

- SUGESTÃO DE IMAGEM
HOMEM, NA PROA DE UM NAVIO, EM ALTO MAR, VESTIDO COM ROUPAS INGLESAS, TÍPICAS DO INÍCIO DO SÉCULO PASSADO, E SEGURANDO UMA GARRAFA DA CERVEJA COLORADO INDICA.

- FRASE-CHAVE (DUAS SUGESTÕES)
SINTA O SABOR DOS SETE VENTOS
OS VENTOS ESTÃO A SEU FAVOR

- TEXTO EXPLICATIVO
A COLORADO INDICA É UMA REPRESENTANTE GENUÍNA DO ESTILO INDIA PALE ALE DE CERVEJAS.
NOSSA RECEITA FOI TRAZIDA DA EUROPA, DO ANTIGO IMPÉRIO BRITÂNICO, QUE FAZIA UMA CERVEJA ESPECIAL, COM AMARGOR E TEOR ALCOÓLICO QUE FAVORECIAM A CONSERVAÇÃO DA BEBIDA EM GRANDES VIAGENS MARÍTIMAS.
PRODUZIDA ARTESANALMENTE, COM GENEROSAS QUANTIDADES DE MALTE, LÚPULO E RAPADURA, A CERVEJA COLORADO INDICA É ROBUSTA, COM AMARGOR DIFERENCIADO E TEOR ALCOÓLICO MAIS ELEVADO, IDEAL PARA SER APRECIADA COM PRATOS BEM CONDIMENTADOS E FRUTOS DO MAR.

- INSERIR A FRASE APRECIE COM MODERAÇÃO

- INSERIR LOGO COLORADO E SITE DO CLIENTE
CLIENTE
CERVEJARIA COLORADO

CONCEITO DA CAMPANHA
APRESENTAR, DE FORMA IRREVERENTE, AS CERVEJAS COLORADO. BUSCAR ELEMENTOS HISTÓRICOS NAS RECEITAS E TRANSFORMÁ-LOS EM IMAGENS PARA AS PEÇAS.

PEÇAS
ANÚNCIO DE REVISTA – PÁGINA INTEIRA

- PRODUTO 2
CERVEJA COLORADO CAUIM

- SUGESTÃO DE IMAGEM
ALDEIA INDÍGENA (PLANO DE FUNDO). ÍNDIO INTRIGADO, SEGURADO UMA GARRAFA DA CERVEJA COLORADO CAUIM.

- FRASE-CHAVE
O SABOR DA NOSSA TERRA

- TEXTO EXPLICATIVO
A CERVEJA COLORADO CAUIM É RIBEIRÃO-PRETANA DE CORAÇÃO.
FEITA COM ÁGUA DO NOSSO AQÜÍFERO GUARANI, MALTES E LÚPULOS IMPORTADOS E LEVEDURA DE BAIXA FERMENTAÇÃO, TEM AINDA A MANDIOCA, INGREDIENTE TIPICAMENTE INDÍGENA E BRASILEIRO.
O NOME CAIUM VEM DO TUPI. ASSIM ERA CHAMADA UMA ANTIGA BEBIDA FERMENTADA, FEITA POR ÍNDIOS BRASILEIROS, COM CEREAIS E MANDIOCA.
GRAÇAS AO CASAMENTO PERFEITO ENTRE OS INGREDIENTES, A CERVEJA COLORADO CAUIM É LEVE E IDEAL PARA TODAS AS OCASIÕES.

- INSERIR A FRASE APRECIE COM MODERAÇÃO

- INSERIR LOGO COLORADO E SITE DO CLIENTE
CLIENTE
CERVEJARIA COLORADO

CONCEITO DA CAMPANHA
APRESENTAR, DE FORMA IRREVERENTE, AS CERVEJAS COLORADO. BUSCAR ELEMENTOS HISTÓRICOS NAS RECEITAS E TRANSFORMÁ-LOS EM IMAGENS PARA AS PEÇAS.

PEÇAS
ANÚNCIO DE REVISTA – PÁGINA INTEIRA

- PRODUTO 3
CERVEJA COLORADO APPIA

- SUGESTÃO DE IMAGEM
MULHERES EXECUTIVAS EM UMA MESA DE BAR DURANTE HAPPY HOUR. (O BAR DEVE SEGUIR O ESTILO DO PINGUIM).

- FRASE-CHAVE
AGORA É A VEZ DELAS

- TEXTO EXPLICATIVO
A COLORADO, ASSIM COMO AS MULHERES, ACREDITA EM SUA INTUIÇÃO. FOMOS A PRIMEIRA MICROCERVEJARIA DO PAÍS A INVESTIR NA FABRICAÇÃO DE CERVEJAS DE TRIGO.
E O RESULTADO FOI A COLORADO APPIA, DE SABOR DOCE E REFRESCANTE, QUE TEM A COMBINAÇÃO PERFEITA ENTRE MEL E TRIGO.
A CERVEJA COLORADO APPIA COMBINA, PRINCIPALMENTE, COM O PALADAR FEMININO. E ELAS COMEMORAM.

- INSERIR A FRASE APRECIE COM MODERAÇÃO

- INSERIR LOGO COLORADO E SITE DO CLIENTE


Os textos foram produzidos para teste que fiz em uma agência de publicidade. Estou procurando as imagens adequadas para fazer os 3 "anúncios fantasmas".

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Maquiagem. A arte milenar.

Quem não gosta de estar bonita? A mulher do século XXI prima pela beleza acima de muitas outras coisas. Maquiar-se é uma arte milenar, utilizada desde a Grécia Antiga, passando pelo Antigo Egito e chegando aos indígenas, estar maquiado era uma forma de embelezamento ou camuflagem durante períodos de guerra.
Nesta edição especial da Revista Expressão, conversamos com os maquiadores Ricardo Perez e Marília Perez, que deram dicas para o dia-a-dia e festas de final de ano.
Com ampla experiência no ramo da maquiagem, o ribeirão-pretano Ricardo Perez trabalhou, em São Paulo, com muitas modelos e atrizes, fez capas para as revistas, além de cabelo e maquiagem para peças e filmes publicitários. Ele fez cursos na Inglaterra, Espanha e também especializou-se na técnica em Paris.
Já Marília de Moraes Perez atuou muitos anos em São Paulo, com produção de moda. Lá, ela também trabalhou com maquiagem em revistas, mas sempre voltada para o mundo fashion.
De volta à cidade natal, há 7 anos estão à frente do instituto Ricardo Perez Profissional, cuidando da beleza da mulher ribeirão-pretana. E são eles quem nos ensinam um pouco dessa arte milenar.

Revista Expressão: A personalidade tem influência na maquiagem da mulher?
Ricardo: Sim. Um dos pontos mais importantes na hora de fazer a maquiagem é a personalidade. Existem mulheres que sustentam maquiagens com olhos escuros, mesmo durante o dia. Outras preferem cores suaves. E ainda existem mulheres que, de maneira alguma, se acostumam com a mudança no visual.

Revista Expressão: O tipo de pele também influencia?
Marília: Influencia o maquiador. Hoje utilizamos uma pele mais fluída ao invés da grossa, opaca, em que era usado panqueique. Nas pessoas um pouco mais velhas é bom usar creme anti-idade antes de fazer a maquiagem, pois ameniza as rugas. Já a base deixa a pele com rugas, além de ficar artificial em fotos.

Revista Expressão: Existem produtos específicos para cada tipo de pele?
Ricardo: Sim. Alguns deixam a pele fluída, enquanto que outras marcas trabalham com maquiagens mais grossas. Essas, nós utilizamos bem pouco, apenas para cobrir algumas imperfeições.

Revista Expressão: E quais as marcas de maquiagem que o Ricardo Perez Profissional utiliza?
Ricardo: Trabalhamos com maquiagens profissionais: Mac (canadense), Klyolan (alemã) e Make Up For Ever (francesa). As duas primeiras podem ser encontradas em São Paulo. Já a Make Up For Ever, trazemos de Paris.

Revista Expressão: Quais os cuidados na hora de fazer a maquiagem?
Marília: É essencial o rosto estar limpo e nunca lavá-lo com sabonete comum, porque deixa a pele áspera. Também é bom utilizar cremes específicos para o rosto. Nas pessoas com muitas rugas, principalmente na área dos olhos, vale usar um produto que é conhecido como "efeito cinderela", que pode ser encontrado em lojas que trabalham com cosméticos.

Revista Expressão: Quais os cuidados para tirar a maquiagem?
Ricardo: O demaquilante sempre é bom. Também é importante lavar o rosto com sabonete específico para essa área. Quem não tem demaquilante, pode aplicar óleo Johnson na região dos olhos, e água e sabonete no rosto.

Revista Expressão: Maquiagem é prejudicial à pele?
Marília: A maquiagem pode causar problema naqueles casos em que a pessoa tem alergia aos produtos. Caso contrário, só faz bem, já que nela sempre existem produtos cosméticos que ajudam no rosto.

Revista Expressão: Quais as tendências do verão?
Marília: A tendência é boca mais escura e tons de vermelho e laranja na maquiagem. Outra tendência do mundo da moda são os batons cor de pele.

Revista Expressão: E tendências para as festas à noite?
Marília: O dourado é uma boa escolha. Ele sempre está na moda e fica lindo.

Revista Expressão: A maquiagem precisa combinar com as cores da roupa?
Marília: O mais comum é combinar a maquiagem com o tom dos acessórios e das jóias, usando dourado, prata e bronze.

Revista Expressão: O que é essencial na hora de fazer a maquiagem?
Ricardo: Corretivo, blush, rímel e batom. Isso é o mínimo para fazer a maquiagem.

Revista Expressão: Quais as dicas mais importantes para as leitoras da Revista Expressão?
Ricardo: Para quem não gosta de maquiagem, é melhor usar marrom ao invés de preto. É interessante que a mulher sempre use rímel. Na maquiagem, destaca-se só os olhos ou só a boca. Outra dica importante é estar, sempre, com o cabelo arrumado porque ele acompanha a maquiagem.



Matéria publicada na revista Expressão Feminina, ed 1, ano 1, de janeiro/2008.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Você “pode estar lendo” este texto?

O gerundismo, modo de falar como a expressão no título acima, vira ´moda` e polêmica entre as pessoas. Professora de português alerta, no entanto, que a forma adotada popularmente é incorreta


Com certeza você já escutou alguém dizer que “vai estar fazendo alguma coisa”. Essa locução verbal, composta pela forma “vou estar + verbo no gerúndio”, é chamada gerundismo e começou a ser utilizada, entre as décadas de 1980 e 1990, por atendentes de call centers, que recebiam um manual de treinamento que fora traduzido do inglês ao pé da letra, de construções como I will be doing.
De acordo Gema Pereira, professora de português, o gerúndio deve ser utilizado para indicar uma ação em andamento ou, na construção “vou estar + gerúndio”, para designar duas ou mais ações que vão ocorrer ao mesmo tempo. No entanto, depois da difusão dos call centers, o gerundismo ganhou as ruas e virou moda. O que estigmatizou a forma foi a utilização sem intenção de comunicar ações simultâneas Hoje, muitas pessoas utilizam-no constantemente em discursos, acreditando ser essa a norma culta da língua portuguesa.
Apesar disso, o uso dessa locução verbal divide opiniões. O gerente comercial Tiago Guelli Lopes, por exemplo, é radical quanto à utilização do gerundismo em quaisquer ocasiões. Segundo ele, a forma anula toda a comunicação. “As pessoas que falam usando gerundismo são inseguras e desinformadas. Chego até a dizer que são aculturadas. Elas não sabem tomar uma decisão ou têm medo de fazê-lo”, explica. “Quem escuta alguém falando assim, tem total imprecisão de quando algo acontecerá”, completa Lopes.
O estudante Fabrício Moura Zaneti discorda da opinião do gerente comercial e se justifica explicando que a língua portuguesa é composta por dialetos diferentes, de acordo com a região do país. Ele conta que começou a utilizar o gerundismo na época em que trabalhou numa grande empresa de telefonia. Hoje, a locução verbal tornou-se um vício de linguagem. “Os scripts da empresa vêm nesse molde e são feitos para estabelecer um nível ‘pseudo-formal’ entre pessoas de diferentes regiões e classes sociais”.
Zanetti, porém, admite que a construção é incorreta e causa problemas na comunicação. “Ao longo dos anos foram abreviados muitos termos e palavras, a fim de tornar a comunicação mais simples. Mas o gerundismo é o oposto. São empregadas mais palavras, e desnecessárias, que tornam a comunicação complicada. Acredito que isso seja uma atrocidade para a língua portuguesa”, afirma.
Tamanha é a sensação de imprecisão com o uso do gerundismo que, no dia 28 de setembro de 2007, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, tomou uma decisão inusitada: ele assinou um decreto “demitindo” o gerúndio de todos os órgãos do governo. No artigo 2º, do decreto nº 28.314, está escrito que “fica proibido (...) o uso do gerúndio para desculpa de ineficiência”.

Reformular a língua

Apesar do modismo no uso de palavras e expressões erroneamente, existem pessoas que ainda se preocupam com nosso idioma. E o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoBSP) é uma dessas pessoas.
Em 1999, o deputado criou um Projeto de lei para reforma da língua portuguesa, em que defende a promoção e valorização do idioma através de cursos para a população, além de melhorar o currículo dos cursos de Comunicação. Outro ponto importante é o estrangeirismo. “A sociedade brasileira já dá sinais claros de descontentamento com a descaracterização a que está sendo submetida a língua portuguesa frente à invasão silenciosa dos estrangeirismos excessivos e desnecessários”, explica.
O Projeto, que defende o idioma como patrimônio brasileiro, foi aprovado em 2001, na Câmara, e em 2003, no Senado. Ele sofreu modificações e aguarda nova votação da Comissão de Constituição e Justiça antes de ir para o Plenário para aprovação definitiva.
Segundo Aldo Rebelo, o projeto zela pela língua como direito do povo se comunicar, já que muitas expressões do dia-a-dia são tomadas pelo estrangeirismo e tornam-se incompreensíveis para grande parcela da população brasileira. “A língua portuguesa tem que ser valorizada porque é nosso patrimônio. Além disso, o povo tem o direito de entendê-la e se comunicar”. Quando o assunto é gerundismo, o deputado responde com uma só palavra: “vício”.



Box

DECRETO Nº 28.314, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007
DODF DE 01.10.2007

Demite o Gerúndio do Distrito Federal, e dá outras providências.

O governador do Distrito Federal, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos vii e xxvi, da Lei Orgânica do Distrito Federal, decreta:

Art. 1º - Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do Governo do Distrito Federal.
Art. 2º - Fica proibido a partir desta data o uso do gerúndio para desculpa de INEFICIÊNCIA.
Art. 3º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 28 de setembro de 2007
119º da República e 48º de Brasília
José Roberto Arruda

Fonte: Sistema Informatizado de Legislação – Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão do Distrito Federal – http://sileg.sga.df.gov.br/






Matéria publicada no Jornal do Ônibus - jornal laboratório do curso de Jornalismo da Unaerp - edição de Dezembro/2007

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Uma historia que vem dando certo

Criado há dois anos, o projeto Contadores de Histórias do Centro de Voluntariado de Ribeirão Preto atendeu mais de 5 mil crianças e representa um trabalho importante dentro da comunidade ribeirão-pretana

Contar histórias é a forma mais antiga de se comunicar. Ouvir uma história, contá-la e recontá-la, durante anos, foi a maneira mais eficiente para preservar os valores de uma determinada comunidade. Hoje, a história esta nas escolas em forma de matéria, dentro de casa e, ate mesmo nos hospitais e grupos de apoio, diminuindo o sofrimento de milhares de crianças.
Em 2004, depois do primeiro simpósio sobre voluntariado, filantropia e cidadania, o Centro de Voluntariado de Ribeirão Preto iniciou uma parceria com a Associação Viva e Deixe Viver. O projeto, que existe em São Paulo há 10 anos, forma contadores de histórias para trabalhar com crianças e adolescentes hospitalizados, e tem o objetivo de transformar o período de internação em um momento mais agradável.
Ribeirão Preto foi a primeira cidade do interior do Brasil a implantar o projeto. E, em abril de 2005, começou o treinamento da primeira turma de Contadores de Histórias, em parceria com o Hospital Santa Lydia, onde foi desenvolvido o projeto piloto. Em 2006, com a formação da segunda turma, o projeto foi levado à Santa Casa de Misericórdia e ao GACC (Grupo de Apoio à Criança com Câncer). Em dois anos de projeto, 5340 crianças foram atendidas em 2650 horas doadas. "Esse e um trabalho em que vemos muitos frutos, muitos frutos positivos", diz Maria Gilda Cortucci, coordenadora do Centro de Voluntariado de Ribeirão Preto.
Maria Gilda participou da formação da primeira turma de Contadores de Histórias. O curso dura 4 meses e as palestras são quinzenais. Ela também explica que a triagem dos voluntários acaba sendo feita nesse período. "No curso há a preocupação de mostrar para o voluntário o que ele vai enfrentar e como deve agir. Os próprios voluntários vão se desligando do projeto quando percebem que não era aquilo que eles queriam, já que precisa haver compromisso, constância e a consciência daquilo que se está fazendo".
Ana Augusta participou da formação da última turma de Contadores, em 2007. Ela conta que está atuando desde agosto e está apaixonada pelo prometo. “Não dá para mudar o mundo, mas se todas as pessoas dessem um pouquinho do seu amor, com certeza viveríamos em um lugar bem melhor".
Ana Augusta é uma das Contadoras que atua no Hospital Santa Lydia e a reportagem do JO acompanhou um dia de trabalho com as crianças. Desde o primeiro contato, e fácil perceber o quanto as crianças gostam e precisam dela. Igor, de 6 anos, se auto-intitulou ajudante e aonde Ana vai, ele a segue. Enquanto ela conta a historia do livro, o garoto não perde a oportunidade de contar suas próprias histórias, fazendo todos rir com sua alegria. "Só tenho o que agradecer porque acho esse trabalho muito mais importante para mim do que para as crianças. Elas são lindas e aprendo muito com elas", confessa a voluntária. As crianças também se apaixonaram por ela.
Ana também cativou os pais e mães com seu carinho e atenção com as crianças. Ela brinca, dá colo e faz cafuné. "As crianças já estão internadas, e nós estamos aqui para diminuir o sofrimento delas. A gente não impõe nada e acaba fazendo o que elas querem", conta. O Contador se torna um grande amigo da criança. "Esse é um projeto que tem uma importância muito grande dentro da comunidade e é impossível quantificar a importância dos Contadores para as crianças", confessa Maria Gilda.
Ângela Maria Almeida de Souza é madrasta de João Henrique, de 11 anos. Ela diz que é impossível não notar a mudança no comportamento das crianças quando os Contadores de Histórias chegam. "A gente vê a atenção e a dedicação dos Contadores. E as crianças já ficam esperando, perguntando por eles". Hoje, existem 53 voluntários atuando em Ribeirão Preto. Segundo Maria Gilda, os funcionários dos hospitais e do GACC elogiam esse trabalho e isso e um estímulo muito grande para os Contadores. "Desde o funcionário da limpeza, até os diretores, todos elogiam demais o trabalho e isso é muito gratificante". Em cada local onde o projeto está presente, foi montada uma pequena biblioteca, com livros, materiais para as crianças desenharem e brinquedos pedagógicos. Mas alguns contadores levam sua própria sacola, com livros e brinquedos para as crianças.
Sobre parcerias, a coordenadora conta que dois voluntários que trabalham numa mesma empresa conseguiram verba para montagem de uma sala, dentro da Santa Casa, onde as crianças possam brincar e se sentirem mais a vontade. Ela também explica que parcerias são necessárias para manutenção do projeto, já que os Contadores de Histórias contam com uma pequena verba que é destinada ao Centro de Voluntariado. "Uma grande parceria que nós temos é com a comunidade. Os palestrantes do curso têm atuado com trabalho voluntário durante a formação dos novos Contadores". Graças a parcerias, como a de Ribeirão Preto, entre a Associação Viva e Deixe Viver e ONGs, mais de 70 hospitais espalhados pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Ceará, Paraná e Pernambuco participam desse projeto.


Serviço
As inscrições para o próximo curso de formação dos Contadores de Histórias devem ser feitas no Centro de Voluntariado de Ribeirão Preto, que fica à rua João Penteado, 676, esquina com a rua Marcondes Salgado. O telefone é o 3635-1739




Matéria publicada no Jornal do Ônibus - jornal laboratório do curso de Jornalismo da Unaerp - edição de Outubro/2007 (a matéria publicada tem cortes. A matéria do blog está na íntegra).