sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Maquiagem. A arte milenar.

Quem não gosta de estar bonita? A mulher do século XXI prima pela beleza acima de muitas outras coisas. Maquiar-se é uma arte milenar, utilizada desde a Grécia Antiga, passando pelo Antigo Egito e chegando aos indígenas, estar maquiado era uma forma de embelezamento ou camuflagem durante períodos de guerra.
Nesta edição especial da Revista Expressão, conversamos com os maquiadores Ricardo Perez e Marília Perez, que deram dicas para o dia-a-dia e festas de final de ano.
Com ampla experiência no ramo da maquiagem, o ribeirão-pretano Ricardo Perez trabalhou, em São Paulo, com muitas modelos e atrizes, fez capas para as revistas, além de cabelo e maquiagem para peças e filmes publicitários. Ele fez cursos na Inglaterra, Espanha e também especializou-se na técnica em Paris.
Já Marília de Moraes Perez atuou muitos anos em São Paulo, com produção de moda. Lá, ela também trabalhou com maquiagem em revistas, mas sempre voltada para o mundo fashion.
De volta à cidade natal, há 7 anos estão à frente do instituto Ricardo Perez Profissional, cuidando da beleza da mulher ribeirão-pretana. E são eles quem nos ensinam um pouco dessa arte milenar.

Revista Expressão: A personalidade tem influência na maquiagem da mulher?
Ricardo: Sim. Um dos pontos mais importantes na hora de fazer a maquiagem é a personalidade. Existem mulheres que sustentam maquiagens com olhos escuros, mesmo durante o dia. Outras preferem cores suaves. E ainda existem mulheres que, de maneira alguma, se acostumam com a mudança no visual.

Revista Expressão: O tipo de pele também influencia?
Marília: Influencia o maquiador. Hoje utilizamos uma pele mais fluída ao invés da grossa, opaca, em que era usado panqueique. Nas pessoas um pouco mais velhas é bom usar creme anti-idade antes de fazer a maquiagem, pois ameniza as rugas. Já a base deixa a pele com rugas, além de ficar artificial em fotos.

Revista Expressão: Existem produtos específicos para cada tipo de pele?
Ricardo: Sim. Alguns deixam a pele fluída, enquanto que outras marcas trabalham com maquiagens mais grossas. Essas, nós utilizamos bem pouco, apenas para cobrir algumas imperfeições.

Revista Expressão: E quais as marcas de maquiagem que o Ricardo Perez Profissional utiliza?
Ricardo: Trabalhamos com maquiagens profissionais: Mac (canadense), Klyolan (alemã) e Make Up For Ever (francesa). As duas primeiras podem ser encontradas em São Paulo. Já a Make Up For Ever, trazemos de Paris.

Revista Expressão: Quais os cuidados na hora de fazer a maquiagem?
Marília: É essencial o rosto estar limpo e nunca lavá-lo com sabonete comum, porque deixa a pele áspera. Também é bom utilizar cremes específicos para o rosto. Nas pessoas com muitas rugas, principalmente na área dos olhos, vale usar um produto que é conhecido como "efeito cinderela", que pode ser encontrado em lojas que trabalham com cosméticos.

Revista Expressão: Quais os cuidados para tirar a maquiagem?
Ricardo: O demaquilante sempre é bom. Também é importante lavar o rosto com sabonete específico para essa área. Quem não tem demaquilante, pode aplicar óleo Johnson na região dos olhos, e água e sabonete no rosto.

Revista Expressão: Maquiagem é prejudicial à pele?
Marília: A maquiagem pode causar problema naqueles casos em que a pessoa tem alergia aos produtos. Caso contrário, só faz bem, já que nela sempre existem produtos cosméticos que ajudam no rosto.

Revista Expressão: Quais as tendências do verão?
Marília: A tendência é boca mais escura e tons de vermelho e laranja na maquiagem. Outra tendência do mundo da moda são os batons cor de pele.

Revista Expressão: E tendências para as festas à noite?
Marília: O dourado é uma boa escolha. Ele sempre está na moda e fica lindo.

Revista Expressão: A maquiagem precisa combinar com as cores da roupa?
Marília: O mais comum é combinar a maquiagem com o tom dos acessórios e das jóias, usando dourado, prata e bronze.

Revista Expressão: O que é essencial na hora de fazer a maquiagem?
Ricardo: Corretivo, blush, rímel e batom. Isso é o mínimo para fazer a maquiagem.

Revista Expressão: Quais as dicas mais importantes para as leitoras da Revista Expressão?
Ricardo: Para quem não gosta de maquiagem, é melhor usar marrom ao invés de preto. É interessante que a mulher sempre use rímel. Na maquiagem, destaca-se só os olhos ou só a boca. Outra dica importante é estar, sempre, com o cabelo arrumado porque ele acompanha a maquiagem.



Matéria publicada na revista Expressão Feminina, ed 1, ano 1, de janeiro/2008.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

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O gerundismo, modo de falar como a expressão no título acima, vira ´moda` e polêmica entre as pessoas. Professora de português alerta, no entanto, que a forma adotada popularmente é incorreta


Com certeza você já escutou alguém dizer que “vai estar fazendo alguma coisa”. Essa locução verbal, composta pela forma “vou estar + verbo no gerúndio”, é chamada gerundismo e começou a ser utilizada, entre as décadas de 1980 e 1990, por atendentes de call centers, que recebiam um manual de treinamento que fora traduzido do inglês ao pé da letra, de construções como I will be doing.
De acordo Gema Pereira, professora de português, o gerúndio deve ser utilizado para indicar uma ação em andamento ou, na construção “vou estar + gerúndio”, para designar duas ou mais ações que vão ocorrer ao mesmo tempo. No entanto, depois da difusão dos call centers, o gerundismo ganhou as ruas e virou moda. O que estigmatizou a forma foi a utilização sem intenção de comunicar ações simultâneas Hoje, muitas pessoas utilizam-no constantemente em discursos, acreditando ser essa a norma culta da língua portuguesa.
Apesar disso, o uso dessa locução verbal divide opiniões. O gerente comercial Tiago Guelli Lopes, por exemplo, é radical quanto à utilização do gerundismo em quaisquer ocasiões. Segundo ele, a forma anula toda a comunicação. “As pessoas que falam usando gerundismo são inseguras e desinformadas. Chego até a dizer que são aculturadas. Elas não sabem tomar uma decisão ou têm medo de fazê-lo”, explica. “Quem escuta alguém falando assim, tem total imprecisão de quando algo acontecerá”, completa Lopes.
O estudante Fabrício Moura Zaneti discorda da opinião do gerente comercial e se justifica explicando que a língua portuguesa é composta por dialetos diferentes, de acordo com a região do país. Ele conta que começou a utilizar o gerundismo na época em que trabalhou numa grande empresa de telefonia. Hoje, a locução verbal tornou-se um vício de linguagem. “Os scripts da empresa vêm nesse molde e são feitos para estabelecer um nível ‘pseudo-formal’ entre pessoas de diferentes regiões e classes sociais”.
Zanetti, porém, admite que a construção é incorreta e causa problemas na comunicação. “Ao longo dos anos foram abreviados muitos termos e palavras, a fim de tornar a comunicação mais simples. Mas o gerundismo é o oposto. São empregadas mais palavras, e desnecessárias, que tornam a comunicação complicada. Acredito que isso seja uma atrocidade para a língua portuguesa”, afirma.
Tamanha é a sensação de imprecisão com o uso do gerundismo que, no dia 28 de setembro de 2007, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, tomou uma decisão inusitada: ele assinou um decreto “demitindo” o gerúndio de todos os órgãos do governo. No artigo 2º, do decreto nº 28.314, está escrito que “fica proibido (...) o uso do gerúndio para desculpa de ineficiência”.

Reformular a língua

Apesar do modismo no uso de palavras e expressões erroneamente, existem pessoas que ainda se preocupam com nosso idioma. E o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoBSP) é uma dessas pessoas.
Em 1999, o deputado criou um Projeto de lei para reforma da língua portuguesa, em que defende a promoção e valorização do idioma através de cursos para a população, além de melhorar o currículo dos cursos de Comunicação. Outro ponto importante é o estrangeirismo. “A sociedade brasileira já dá sinais claros de descontentamento com a descaracterização a que está sendo submetida a língua portuguesa frente à invasão silenciosa dos estrangeirismos excessivos e desnecessários”, explica.
O Projeto, que defende o idioma como patrimônio brasileiro, foi aprovado em 2001, na Câmara, e em 2003, no Senado. Ele sofreu modificações e aguarda nova votação da Comissão de Constituição e Justiça antes de ir para o Plenário para aprovação definitiva.
Segundo Aldo Rebelo, o projeto zela pela língua como direito do povo se comunicar, já que muitas expressões do dia-a-dia são tomadas pelo estrangeirismo e tornam-se incompreensíveis para grande parcela da população brasileira. “A língua portuguesa tem que ser valorizada porque é nosso patrimônio. Além disso, o povo tem o direito de entendê-la e se comunicar”. Quando o assunto é gerundismo, o deputado responde com uma só palavra: “vício”.



Box

DECRETO Nº 28.314, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007
DODF DE 01.10.2007

Demite o Gerúndio do Distrito Federal, e dá outras providências.

O governador do Distrito Federal, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos vii e xxvi, da Lei Orgânica do Distrito Federal, decreta:

Art. 1º - Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do Governo do Distrito Federal.
Art. 2º - Fica proibido a partir desta data o uso do gerúndio para desculpa de INEFICIÊNCIA.
Art. 3º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 28 de setembro de 2007
119º da República e 48º de Brasília
José Roberto Arruda

Fonte: Sistema Informatizado de Legislação – Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão do Distrito Federal – http://sileg.sga.df.gov.br/






Matéria publicada no Jornal do Ônibus - jornal laboratório do curso de Jornalismo da Unaerp - edição de Dezembro/2007