quarta-feira, 25 de julho de 2007

Auto-hemoterapia pode trazer riscos à saúde

A auto-hemoterapia ganha cada vez mais adeptos em conseqüência da divulgação de um vídeo na internet e está causando polêmica entre os profissionais da Saúde. Criada no início do século XX, essa prática era utilizada no tratamento de doenças infecciosas e atualmente é divulgada no Brasil sob a promessa de cura de enfermidades que vão desde acne até rinite.
Em seu vídeo, o médico carioca, Luiz Moura, explica que a auto-hemoterapia, consiste na retirada do sangue de uma veia, geralmente da parte interna do braço, para injetá-lo no músculo do braço ou da nádega do próprio indivíduo. O sangue desencadearia, segundo o médico, aumento da taxa de macrófagos no sangue, que sobe de 5% para 22%. “Nós temos dois tipos básicos de imunidade: a humoral, que são os anti-corpos, e a celular. O macrófago é o responsável pela imunidade celular e seu aumento é devido à presença de proteínas em lugares onde não deveriam estar, mas isso não significa aumento da imunidade”, explica Flávio Calil Petean, médico reumatologista e imunologista.
Não é possível saber se a auto-hemoterapia traz resultados benéficos, como Luiz Moura acredita, ou problemas de saúde. A técnica não é reconhecida cientificamente e, por esse motivo, não há nada publicado em livros de medicina. De acordo com um médico hematologista de Ribeirão Preto que não quis ser identificado, entre os possíveis malefícios para o indivíduo que se submete ao procedimento, estão o risco de abcessos nas regiões musculares e o desenvolvimento de doenças auto-imunes, que são caracterizadas pela resposta imunológica contra componentes do próprio organismo.
Com a popularização da auto-hemoterapia, muitas pessoas com problemas de saúde param seus tratamentos e aderem à técnica. “Tenho visto pacientes pararem com a medicação para fazer a auto-hemoterapia e voltarem ao consultório em estado deplorável”, conta Petean. “Aqueles que melhoraram foi por sugestão, por efeito placebo e não por efeito terapêutico”, explica.. O placebo é o efeito que se obtém em um tratamento inerte, inativo, que pode apresentar efeito terapêutico devido à crença do paciente.
A Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia emitiu um comunicado em seu site, no qual afirma o não-reconhecimento, do ponto de vista científico, da auto-hemoterapia. Por esse motivo, também ressalta que os efeitos colaterais e possíveis complicações causadas pela prática ainda são desconhecidos, o que poderia colocar em risco a saúde dos pacientes que fizerem uso do procedimento.
O imunologista Petean ministra aulas no curso de Medicina da USP há 20 anos e diz que existem quatro fases a serem concluídas antes que uma prática seja reconhecida pela comunidade científica. A primeira delas consiste em estudos com animais de laboratório para verificar possíveis efeitos colaterais e resposta terapêutica. Obtendo resultados em animais, passa-se a pedir voluntários saudáveis. Assim, a segunda fase tem a função de detectar possíveis efeitos colaterais em seres humanos. Na terceira fase, são realizados estudos com pacientes doentes em busca de resultados positivos da medicação. Na quarta e última fase, os medicamentos estão nas farmácias para comercialização.
Como nenhuma dessas fases ainda foram executadas e concluídas em estudos sobre a auto-hemoterapia, a ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária, publicou em seu site, no último dia 13 de abril, uma nota técnica a respeito. A nota técnica traz explicações sobre o procedimento e informações sobre o não-reconhecimento da auto-hemoterapia por parte da comunidade científica. A ANVISA ainda faz referência à Resolução CFM nº 1.499, de 26 de agosto de 1998, que proíbe aos médicos a utilização de práticas terapêuticas não reconhecidas pela comunidade científica, além de alertar que a auto-hemoterapia constitui uma infração sanitária.
Para defender a aplicação da técnica, o médico Luis Moura, em seu vídeo diz que conheceu a auto-hemoterapia em 1943, época em que ingressou na Faculdade Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro. Seu pai era professor na Faculdade, além de ser cirurgião geral da Santa Casa de São José, e foi ele quem ensinou Luiz Moura a aplicar a terapia. O médico ainda diz que antes que seu pai realizasse alguma cirurgia sempre lhe pedia para ir, na véspera, até ao paciente para fazer a auto-hemoterapia, procedimento que também era novamente realizado cinco dias depois de a cirurgia ter sido feita.


OBS.: A matéria "Auto-hemoterapia pode trazer riscos à saúde" foi publicada na edição de junho/2007 no Jornal do Ônibus, jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Unaerp.

12 comentários:

Walter Medeiros disse...

QUEM PROIBIU A AUTO-HEMOTERAPIA?
A população brasileira está vivendo uma situação incomum que, em decorrência de um processo de incomunicação está causando prejuízos aos usuários e defensores da Auto-hemoterapia. O uso da técnica, que consiste na retirada de sangue por punção venosa e a sua imediata administração por via intramuscular na própria pessoa, não está expressamente proibido, mas uma sucessão de fatos deixou no ar essa impressão.
O que ocorreu foi que a ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, levada pela divulgação do assunto em matéria tendenciosa do FANTÁSTICO, solicitou parecer sobre o assunto ao CFM - Conselho Federal de Medicina. O CFM emitiu um parecer superficial, que já chegou à ANVISA, mas este órgão informa que ainda não tomou sua decisão definitiva.
Em meio a estes e a fatos anteriores, a própria ANVISA divulgou uma Nota Técnica em abril de 2007, na qual, entre outras afirmações, diz que “O procedimento ‘auto-hemoterapia’ pode ser enquadrado no inciso V, Art. 2º do Decreto 77.052/76, e sua prática constitui infração sanitária, estando sujeita às penalidades previstas no item XXIX, do artigo 10, da Lei nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977”. Em seguida, determina que “As Vigilâncias Sanitárias deverão adotar as medidas legais cabíveis em relação à referida prática”.
MEDIDAS LEGAIS
Quando alguém cita um texto de lei e vincula seu conteúdo ao assunto em discussão, é normal que se ache tratar-se de algo correto, ainda mais quando a citação é feita por órgão público do Governo Federal. Entretanto, uma busca mais acurada é o suficiente para detectarmos possíveis enganos capazes de transformar as afirmações da Nota Técnica no que se refere à legislação em algo sem nenhum significado.
Na medida em que a informação divulgada na imprensa através de espaços publicitários do Governo Federal e dos Conselhos de Medicina deixavam dar a entender que se tratava de uma proibição, pouca atenção era dada a estes detalhes. E não havia interesse da ANVISA ou do CFM de esclerecer que a auto-hemoterapia não está legalmente proibida, pois não existe nenhuma lei que a cite como atividade nociva à sociedade.
NADA CONTRA
Para não deixar de capitular o procedimento nem que fosse de forma tangencial, a ANVISA citou em sua nota técnica, como vimos o Decreto 77.052/76 e a Lei 6.437/77. Pois bem: sabe o que dizem aqueles textos legais?
1. O Decreto Nº 77.052, de 19 de janeiro de 1976, que dispõe sobre a fiscalização sanitária e dá outras providências reza, em seu Art. 2º que “Para cumprimento do disposto neste Decreto as autoridades sanitárias mencionadas no artigo anterior, no desempenho da ação fiscalizadora, observarão os seguintes requisitos e condições: (...) V - Métodos ou processos de tratamento dos pacientes, de acordo com critérios científicos e não vedados por lei, e técnicas de utilização dos equipamentos.”
Até aqui, nada proíbe a auto-hemoterapia. Se alegarem que precisa estar de acordo com critérios científicos, ela pode enquadrar-se por analogia no que dizem as resoluções do CFM que permitem práticas alternativas provisoriamente enquanto as pesquisas consolidam os procedimentos. No que se refere a vedação legal, não existe nenhuma lei tratando do assunto. E quanto a equipamentos, a auto-hemoterapia não necessita de nada além de seringas, garrotes, algodão e álcool.
2. A Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, por sua vez, “Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências”. Reza, no seu Art. 10, que “São infrações sanitárias: (...) XXIX - transgredir outras normas legais e regulamentares destinadas à proteção da saúde:”, estabelecendo Pena – de “advertência, apreensão, inutilização e/ou interdição do produto; suspensão de venda e/ou fabricação do produto, cancelamento do registro do produto; interdição parcial ou total do estabelecimento, cancelamento de autorização para funcionamento da empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do estabelecimento, proibição de propaganda”.
Como se vê, também nesta Lei citada pela ANVISA, nada enquadra a auto-hemoterapia. Vejamos porquê. Os princípios de direito são claros e inarredáveis. Não há crime sem lei que o preveja. Então como um órgão público federal trata de um assunto de forma tão genérica, ao ponto de tentar fazer um vínculo com o “transgredir outras normas legais e regulamentares destinadas à proteção da saúde”?.
ENQUADRAMENTO
O texto da Lei existe para ser utilizado com as outras normas legais. Para fazer enquadramento, a ANVISA precisaria dizer em quais normas legais estaria passível de punição a auto-hemoterapia. Muito claro, não?
Mas ainda foi incluído mais um item na Nota Técnica, o item 8, que diz:”As Vigilâncias Sanitárias deverão adotar as medidas legais cabíveis em relação à referida prática”. Conforme vimos, para adotar as medidas legais cabíveis será necessário informar em quais leis o assunto estaria enquadrado. E na legislação brasileira o assunto ainda não foi capitulado.
Para não deixarmos sem abordar mais um aspecto da incomunicação da ANVISA em sua Nota Técnica nº 1, de 13 de abril de 2007, lembremos que ela justifica a criação do documento citando “os questionamentos recebidos pela Gerência de Sangue e Componentes – GGSTO/ANVISA, sobre a prática denominada de ‘auto-hemoterapia’” e logo no seu primeiro item adianta: “1. A prática do procedimento denominado auto-hemoterapia não consta na RDC nº. 153, de 14 de junho de 2004, que determina o regulamento técnico para os procedimentos hemoterápicos (...)”. Pois bem: não consta, mas bem que poderia constar. Esta pode ser a hora de fazer uma emenda àquele regulamento, para resolver muitos problemas de saúde pública no nosso país.
SALVO CONDUTO
Diante de tanta confusão, espera-se que as autoridades adotem providências visando corrigir esta situação, que vem causando prejuízos à população que utiliza ou defende o uso da auto-hemoterapia. O uso da técnica não vai de encontro aos tratamentos médicos convencionais, pois o próprio Dr. Luiz Moura recomenda que sejam mantidas as orientações e prescrições dos médicos assistentes. Por outro lado, temos conhecimento de que existem pessoas tomando a iniciativa de entrar na justiça com pedidos de liminares para coibir qualquer ação policial ou administrativa resultante de interpretação errada dos fatos.
Ademais, é preciso que o Governo Federal, através da ANVISA agilize o processo de decisão, observando que o Parecer do CFM foi feito de forma superficial e sem conteúdo suficiente para recomendar a proibição da prática da auto-hemoterapia. Ao contrário, que seja feita consulta pública e estimulada a realização de pesquisas que consolidem todas as práticas vitoriosas da auto-hemoterapia ao longo dos seus 100 anos de benefícios e curas.
Leia mais sobre o assunto no site www.rnsites.com.br/auto-hemoterapia.htm .

Anônimo disse...

Walter,
A auto-hemoterapia não é uma prática reconhecida pela Medicina. Por esse motivo, torna-se perigosa já que não há estudos que provema eficiência ou ineficiência dessa terapia.

Fernanda Castro

Anônimo disse...

Boa noite Fernanda. pesquiso leigamente sobre este tratamento e sei que é empregado na Veterinária, sendo o principal tratamento para algums patologias nesta especioalidade. É empregada na Alemanha, México e outros países, sem restrições. Não constam denúncias de complicaç~eso da Ah no Brasil, ainda que ela tenha sido receitada por médicos de 1918 a dezembro de 2007. Esta técnia foi criada por médicos em 1912.. Desde então outras terapias usam o sangue injetado no corpo do doente com agente de cura (PRP< PPP< fator de crescimento plaquetário, injeção de sangue autólogo no olho lesionado, Tampão sanguíneo peridural, colírio de soro de sangue autólogo, e por aí vai... Por que o sangue injetado na musculatura seria prejudicial? Na coluna, olhos e em lesões ósseas e de ligamento não há contra indicação.. temos sangue em todo o corpo, menos nos cabelos e unhas... Prefiro ficar com 100 anos de empirismo que 5 de experiências e remédios que saem do mercado silenciosamente...
Olivares Rocha
olivares@oi.com.br

Anônimo disse...

Situação da Auto-hemoterapia no Brasil – vídeo documentário (14:50m)

http://www.youtube.com/watch?v=dQ4Bj-5ARL0

Este documentário retrata a atual situação da Auto-hemoterapia no Brasil. Órgãos de saúde no país “ainda” insistindo em desabonar a auto-hemoterapia. E a realidade é bem diferente, pois conceituados profissionais e “milhares” de testemunhos “comprovam” a inocuidade e eficácia da terapia.

Anônimo disse...

Casos de sucesso da Autohemoterapia:
- acne, lesões, psoriase, esclerodermia.

http://www.youtube.com/watch?v=EZqdy1TQRf4

Revista Científica Europeia REFERÊNCIA publica artigo de cientistas brasileiros sobre Auto-hemoterapia: Telma Geovanini e Manoel Mozart Corrêa Norberto. - O tratamento de esclerodermia doença autoimune usando a AHT. Um estudo clínico.

Anônimo disse...

Cura de alergia crônica de pele com a auto-hemoterapia. A medicina convencional não conseguiu resolver o problema com a indicação de pomadas e corticoides. Seis meses e aí está o resultado. No dia seguinte à primeira aplicação já estava melhor. Vejam!
ALGUMA DÚVIDA?
PRECISAM DE MAIS PROVAS?
EU ESTOU SATISFEITO!
http://www.youtube.com/watch?v=9SdHmR0U4ug

Anônimo disse...

AutoHemoterapia em Santa Catarina com 3 minutos de duração.
Dra. Karla Salete Tratsk-Nitz
* Doutorado em Oftalmologia, Universidade de Münster, Alemanha
Narra o caso de uma paciente que teve um AVC, ficou na UTI e hj vai ao seu consultório caminhando. Diz q tem um livro Alemão sobre a AHT editado em 2001.
Testemunho da Empresária Deacy Teixeira que foi curada na 6ª aplicação de AHT de um desequilibrio de distúrbio de tireóide .
http://www.youtube.com/watch?v=-Bpx5U0RzKw

Anônimo disse...

FAZ USO da AUTO-HEMOTERAPIA, há mais de 50 ANOS, desde 1956
http://www.youtube.com/watch?v=BblreWM5fn4

Mario Ramos Moreira – 76 anos – Iguaba Grande – Rio de Janeiro

Orientações Medicas:
Sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009 – 10:19:00

Sou favorável, tanto que uso autohemoterapia há mais de 53 anos, precisamente, à partir de 1956, quando, por complicações clínicas diversas, sofri queda de minhas defesas imunológicas; recorrendo ao insígne médico militar Dr. Hermínio de Macedo, já falecido, prescreveu e aplicou-me, esse tratamento alternativo que restabelece a atividade do sistema imunológico, elevando os glóbulos brancos(macrófagos) de 5%, taxa normal, para 22%, taxa estimulada pela aplicação da autohemoterapia, sem qualquer sequela, já que, o sangue do paciente é inoculado de modo intramuscular, agindo como “corpo estranho” no organismo, provoca a excitação do SRE (sistema retículo-endotelial), que então resultará na eliminação de quaisquer outros “elementos endógenos” hospedados no nosso organismo, por tempo variável, conforme a dosagem e duração do tratamento! Este método já é consagrado na Medicina Veterinária, pelos excelentes resultados obtidos nos “Jockeys Clubs”, Londres e Brasil, nas fazendas reprodutoras e clínicas Pet. Os que se fecham à pesquisa e ao estudo da autohemoterapia revelam má vontade e se esclarecerem, são contra por motivos óbvios. Tenho 76 anos, saudável e forte! Chega para convencer? Não uso drogas, não fumo, nada que possa interferir na ação da autohemoterapia, não é que seja proibido, mas, por decisão própria, para o melhor aproveitamento e resulta desse tratamento.

Henrique disse...

100% das pessoas que conheço que fazem uso da AHT estão contentes e satisfeitos. 0% relataram piora do seu quadro de saúde. Eu faço parte dessa pesquisa.

A primeira coisa que percebi foi que meu cabelo está mais saudável. Além disso percebo a disposição no dia a dia bem melhor que antes.

Espero num futuro relatar novos resultados da AHT na minha vida.

Anônimo disse...

vou postar brevimente minha defesa de monografia com fotos da camara de neubauer com a contagem de leucocitos aumentados, e o diferencial de lamina os neutrofilos aumentados tamb e vou postar o antes e depois, quero ver algum idita dizer q nao tem efeito...sou medico e Dr. em patologia clinica!!

Unknown disse...

Alguém aplica aqui em Rio Verde go 64 92070945 obrigado. Luiz

Unknown disse...

Me parece bastante lógico que haja proibição da auto-hemoterapia,afinal de contas uma seringa custa menos de um real.O que a indústria do remédio poderia lucrar com isso?Tem muito soropositivo fazendo uso dessa técnica e a contagem de vírus é igual a zero.Talvez até mesmo uma cura definitiva pro hiv,algo semelhante ao que ocorreu com as prostitutas de Nairobi que não faziam AHT mas eram expostas diariamente às mais variadas cepas de vírus hiv e o resultado é que hoje são imunes.Estamos falando de 500 mulheres sem parentesco necessário para defender motivo genético,apenas comportamental.